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Novo inibidor do transportador de prolina apresenta efeitos antipsicóticos em modelo de esquizofrenia

Pesquisadores brasileiros e alemães publicaram um artigo na respeitável revista Neurochemical Research, descrevendo uma pesquisa que revelou uma nova direção promissora na compreensão da esquizofrenia. Sob a liderança do Dr. Mauro C. X. Pinto da Universidade Federal de Goiás, esta investigação identificou um alvo terapêutico inovador para o tratamento da esquizofrenia, centrando-se na modulação dos transportadores de prolina e seu impacto potencial na neurotransmissão glutamatérgica. O estudo demonstra que a inibição dos transportadores de prolina pode influenciar positivamente a neurotransmissão glutamatérgica e reduzir sintomas psicóticos em modelos animais de esquizofrenia.

A esquizofrenia é uma condição mental significativa que afeta aproximadamente 1% da população mundial. Os sintomas incluem alucinações, delírios, pensamento desorganizado e sintomas negativos, como apatia e falta de emoção. Apesar das opções terapêuticas já existentes, muitos pacientes enfrentam desafios na resposta ao tratamento ou sofrem efeitos colaterais substanciais.

A pesquisa liderada pelo Dr. Pinto identificou um composto denominado LQFM215, que seletivamente inibe os transportadores de prolina, proteínas reguladoras da concentração de prolina, um aminoácido com influência na neurotransmissão glutamatérgica. A inibição desses transportadores tem o potencial de aumentar a disponibilidade de prolina, o que pode contribuir para melhorar a neurotransmissão glutamatérgica e atenuar sintomas psicóticos negativos.

O LQFM215 passou por validação como inibidor de transportador de prolina por meio de análise de dinâmica molecular in silico. Além disso, o estudo avaliou a citotoxicidade do LQFM215 em células humanas, concluindo que o inibidor demonstrou neurotoxicidade negligenciável quando as células astrocitárias foram co-cultivadas com neurônios.

O LQFM215 foi testado com sucesso em modelos murinos de esquizofrenia, demonstrando uma redução significativa nos sintomas negativos da doença. No entanto, é importante ressaltar que são necessárias pesquisas adicionais para determinar a eficácia e segurança desse composto em seres humanos. O desenvolvimento de tratamentos eficazes para a esquizofrenia é um processo complexo e demorado, e há um longo caminho a ser percorrido antes que novas terapias possam ser consideradas uma opção viável.

Esta descoberta representa um avanço promissor no entendimento da esquizofrenia, com potencial para impulsionar o desenvolvimento de abordagens terapêuticas inovadoras no futuro. No entanto, é fundamental manter expectativas realistas e reconhecer que a pesquisa científica é um processo gradual e cauteloso. Enfatizamos também a importância de pesquisas adicionais para avaliar a seletividade do composto em relação a outros transportadores de prolina e membros da família SLC6, bem como estudos toxicológicos para compreender as possíveis implicações da inibição dos transportadores de prolina em órgãos periféricos e no metabolismo animal.

Este estudo foi financiado por várias organizações, incluindo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Brasil, bem como a Fundação Alexander von Humboldt da Alemanha e o programa de pesquisa e inovação Horizon 2020 da União Europeia.

 

Link para o artigo: https://link.springer.com/article/10.1007/s11064-023-04018-3

 

Referencia do artigo: Carvalho GA, Chiareli RA, Pedrazzi JFC, Silva-Amaral D, da Rocha ALB, Oliveira-Lima OC, Lião LM, de Souza-Fagundes EM, Schildknecht S, Leist M, Del-Bel EA, Gomez RS, Birbrair A, Menegatti R, Pinto MCX. Novel Proline Transporter Inhibitor (LQFM215) Presents Antipsychotic Effect in Ketamine Model of Schizophrenia. Neurochem Res. 2023 Sep 9. doi: 10.1007/s11064-023-04018-3.